Coronavírus: Cooperativa de produção altera rotina e se utiliza de ferramentas digitais para atender demandas do campo
Apesar de não ter parado e as atividades serem consideradas essenciais, o cooperativismo de produção é mais um dos setores que foi impactado pelo novo coronavírus (Covid-19). Para enfrentar o momento, a rotina e a forma de relacionamento com o empresário rural mudou. Na Cooperativa Agropecuária São Lourenço (Caslo), por exemplo, além das medidas padrões e orientações dos órgãos de saúde, a tecnologia e os meios digitais passou a estar mais presente no dia a dia.
De acordo com a engenheira agrônoma e gerente do departamento técnico da Caslo, Magda Andreia Greski Negrón, esse novo cenário impactou diretamente na relação com dois públicos: os fornecedores e os associados. “Não existe agronegócio sem eles”, disse explicando que, depois da saúde, o foco é evitar o desabastecimento e que os produtores sejam prejudicados. “Nós, como temos uma forte atuação no agronegócio, não podemos parar. Os processos produtivos são cíclicos e rápidos”, justificou dizendo que as atividades fazem parte da cadeia alimentar.
Magda conta que o primeiro passo foi repensar e reorganizar as situações de visitas em campo e de fornecedores. No campo, por exemplo, a equipe técnica prioriza as orientações dos órgãos de saúde, como uso de máscara e álcool em gel. Porem, nas situações em que o profissional precisa estar no local, para o atendimento, há um diálogo para que a visita ou o procedimento seja feito com a supervisão a distância do empresário rural. Na sequência, com o auxilio de aplicativos e ferramentas digitais, a equipe técnica repassa todas as informações e orientações. Na parte agrícola o técnico desloca diretamente nas lavouras, observa o desenvolvimento e as demandas e só depois, por telefone ou aplicativo, dialoga com o associado. “É um atendimento mais frio, é verdade. Mas é a forma mais eficiente e segura. O momento exige confiança de ambas as partes”.
Na parte das vendas, a gerente do departamento técnico explica que a cooperativa disponibilizou os canais digitais existentes e implementou outros para facilitar o relacionamento e atendimento das demandas no campo. “A cooperativa tem a consciência de que as necessidades precisam ser atendidas, porém, também entende que é possível fazer de uma forma que o associado não seja exposto”.
Assim como os treinamentos, as relações comerciais com fornecedores também estão focadas no online. “É diferente do presencial, mas é uma prática que vai se tornar comum”. Com praticamente três meses de trabalho nesse “novo formato”, Magda admite que ainda não foi possível alcançar a normalidade das atividades. “Ainda há associados e clientes que precisam daquele olho no olho, da proximidade. É natural que isso ocorra, pois é uma característica da nossa região. Não podemos perder isso, mas hoje a preservação da saúde depende, obrigatoriamente, do distanciamento das pessoas”, recorda.
Lembrando que a cooperativa prioriza a proximidade e o relacionamento pessoal com os associados e clientes, Magda frisa que alguns desses ajustes devem se tornar rotina pós-pandemia. “São situações que iriam acontecer em alguns anos, mas que foram antecipadas por conta desse cenário. As implementações que agregam serão mantidas”, adianta.